Antonio Carlos Pankararu – São Francisco

Quantas vezes escrevemos e falamos esses nomes… Tantas vezes fizemos isso que nos esquecemos de ouvir a voz que nascem das aguas, como a voz de nossos ancestrais…

Nós povos indigenas, declaramos que ouvimos a voz das águas, da terra, do céu, sol e do e vento uma voz agonizante, quase um lamento de socorro, porque a modernidade, tem sufocado esses irmãos da natureza, como se as aguas por exemplo, sagradas, fossem depositos de lixos…
Como povos indigenas, afirmamos perante todos, nosso compromisso como povos da terra, defender o meio ambiente e respeitar a terra, como a voz de nossa mãe…

Declaramos também nossa solidariedade a todas as crianças, homens e mulheres que vivem aqui e não tem o que comer, onde dormir. Não se forma uma sociedade digna quando não existe o espirito de irmãos entre os povos.

Nós povos indigenas queremos um brasil forte, justo, mais também queremos povos fortes, sabemos que nosso país é um lugar guardado por nossos antepassados. Eles não usaram ramas de guerra, mas a força de nossa esperitualidade.

Nós povos indigenas mostramos nossa força, nossos valores sagrados que o homem não indigena preconceituoso chamou de folclore.
Mostramos nossas mulheres e nossos filhos como somos. Mostramos nossas artes construidas, como nossos desenhos e arquiteturas inspirados na natureza, que muitos escritores, intelectuais e especialistas em indios chamam de exóticos.

Nós povos indigenas somos assim. Somos o que somos e jamais seremos destruidores, porque somos cidadãos das matas, serras, e selvas e a nossa sabedoria é a agua do rio, as plantas medicinais e as plantas que comemos no mato, onde nossos conhecimentos tradicionais nos ensinaram que a natureza, o meio ambiente não pode ser medido com o dinheiro do homem. Não temos o direito de vender a natureza!
Como povos indigenas afirmamos nossa esperança a todos vocês, e voces que estão conosco nessa luta são nossos aliados… E quando a saudade, olhe para o brilho das águas e aprendam a ouvir a voz da natureza antes que ela se cale para sempre, porque se os indios se acabar o futuro tambem se calará…

Antonio carlos pankararu